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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Câncer de mama.

Câncer de mama: uma abordagem animalSobretudo em cadelas, o avanço do tumor está ligado a questões hormonais. Entenda o problema

Publicação: 04/08/2013 08:00 Atualização: 02/08/2013 13:10


Os pets estão expostos a doenças tão perigosas quanto as que afligem os humanos. Entre as cadelas, a incidência mais ameaçadora é a de câncer de mama. Porém, boa parte desses animais poderia ter a vida poupada graças a um olhar — ou a um toque — mais atento. Especialista em oncologia, a veterinária Alexandra Greuel explica que o mal ocorre também em felinos. "Nas gatas, o câncer de mama é mais raro, porém mais agressivo", completa. Edmundo Santana, também veterinário oncologista, acrescenta que, em gatas, 90% dos tumores são malignos. Entre cães, a porcentagem cai para 50%.

Apesar da alta incidência, a doença tem grandes chances de cura se diagnosticada precocemente. Santana explica que a adequação do tratamento ao bicho é fator determinante. Mesmo que o quadro não se reverta, esse cuidado permite uma sobrevida muito melhor, especialmente entre fêmeas jovens. Nina é um exemplo de superação. A boxer de 11 anos foi diagnosticada em abril deste ano e, hoje, pode ser considerada uma vencedora. Sua dona, a aposentada Josilene Pessoa Lodi, 59 anos, conta que já havia reparado alguns nódulos na região mamária de Nina, mas decidiu levá-la ao veterinário quando outros sintomas se apresentaram.

Há algum tempo, Nina, que nunca cruzou, vinha apresentando problemas logo após o período do cio, que eram diagnosticados como gravidez psicológica. "Passavam uns dois ou três meses depois do cio e ela ficava sem apetite, estressada, muito ofegante", conta Josilene. A família, que já estava acostumada com esses sintomas, demorou a avaliar a gravidade da situação. Josilene conta que a "ficha caiu" quando, ao voltar de uma viagem, encontrou a cadelinha em um estado de prostração. No veterinário, o primeiro diagnóstico foi de pressão alta. Mas o profissional reavaliou o quadro quando viu os nódulos nas mamas. 

A partir daí, Nina passou por um a bateria de exames, que confirmaram o câncer e acusaram ainda uma metástase nos pulmões. O tratamento seguiu o padrão. "Quando se diagnostica o câncer de mama, o procedimento recomendado é a castração e a mastectomia radical bilateral", explica Edmundo. O médico explica que o ideal é fazer duas cirurgias, pois o procedimento é agressivo.

Nina passou pela primeira cirurgia imediatamente, no qual foi feita a retirada do útero e de um lado das mamas. Cerca de 20 dias depois, foi feito o segundo procedimento. Como a boxer já tem idade avançada, ela não iniciou tratamento com quimioterapia para as metástases. Josilene explica que o veterinário a orientou a esperar, pois a doença poderia regredir naturalmente após as cirurgias. A próxima visita de Nina ao veterinário será decisiva. Serão realizados exames para verificar a remissão do câncer. Josilene se emociona ao falar da doença da mascote. "Receber essa notícia é bem ruim, ela é a minha companheira. Somos nós duas, onde eu vou, ela vai atrás. É muito triste", completa.

Diante do diagnóstico tardio, a recuperação de Nina é promissora. Alexandra Greuel explica que, quando a cirurgia é feita antes da metástase, a maioria dos casos obtém cura completa. Já nos casos em que o tumor se espalhou, o número de cães que sobrevive diminui muito. O tratamento, é bom frisar, não se restringe a cirurgia. Também existe a opção da quimioterapia, geralmente, acompanhada de uma dieta especial para manter os níveis de proteínas, vitaminas e ômega 3. 

Prevenção ainda é a melhor abordagem. Edmundo Santana explica que a maior causa do câncer de mama em cadelas e gatas é o uso de medicamentos hormonais. "O uso do anticocepcional é decisivo no desenvolvimento do câncer", explica. Evitar qualquer tipo de hormônio externo nas mascotes já é um grande passo para prevenir a doença, mas aquelas que nunca tomaram anticoncepcional não estão livres de complicações. Alexandra acrescenta que a medida preventiva mais segura é a castração precoce. A especialista explica que, quando o procedimento é feito antes do primeiro cio, a chance de a cadela desenvolver o câncer é de apenas 0,05%. A partir do segundo cio, elas aumentam, e a partir do terceiro, já não traz benefícios.

 (Zuleika de Souza/CB/D.A.Press)
Paciente Nina, operada pelo Dr. Edmundo Santana

Fonte: Dr. Edmundo Santana - Clínica veterinária Anima Park
                                              Correio Brasiliense.

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